sexta-feira, novembro 13, 2009

Na chuva...

Há muito ouvi dizer.
Que a infância é só uma vez.
Que o tempo que passou não volta mais...

Que andar na chuva é errado porque gripa...
Que tinha de ir para a escola.
Que tinha de crescer e ser gente...

E pensar que a muito não uso guarda-chuva,
Tenho, mas não uso...
Deve ser que nunca deixei de ser criança.
Afinal, nunca achei o que me completasse.
E nem busco...
Tenho medo de achar e me sentir vazio...

Gosto de sentir a chuva no rosto.
O vento gelado e ver a cara de espanto dos outros.
De usar o guarda-chuva como bengala.
E de me sacudir como cachorro molhado...

É quando bate em mim um espírito chapliniano.
E, como Gene Kelly, saio como um louco
Dançando na chuva.
Afinal, não sou feito de açúcar,
E nem mesmo sou um brinquedo de papel...

sábado, junho 13, 2009

Cristal


O amor é como um simples cristal...
Quando encontrado,
Parece não mais que uma simples pedra.
E mesmo quando lapidado, pode não ser nada demais...
Mas quando visto à luz do amanhecer.
Ele brilha e reluz, illuminando tudo e todos a sua volta...
Guardando dentro de si toda luz...
e entregando aos olhos de quem sabe ver,
Aquilo que de mais belo Deus criou.
Você...


terça-feira, março 24, 2009

Idéia...



É um diabinho que fica na mente nossa.
Atormenta, cutuca a cabeça até ela doer.
Mas na hora em que resolvemos atende-la, ela foge...

É como um cão travesso, para quem você manda um disco,
Ele volta, mas quando tentamos pegar o disco pra jogar novamente,
Ele nos nega e corre, e fica a nos olhar com aquela cara que diz:
“Bem feito, te enganei...”
Se virarmos as costas,
Ela nos persegue,
Com seu focinho gelado, e seus ganidos intermináveis...


Ela é um morcego no teto de nosso quarto.
Ou um monstro debaixo de nossa cama...
Não nos deixa dormir...

Temos que pega-la no laço.
Montar em suas costas e domá-la
Jogá-la ao fogo da forja,
Martelá-la com nossas canetas-malhos.
Resfriá-la com nosso senso crítico,
E dá-lhe mais fogo e martelo...

O resultado final pode demorar a sair,
Ou partir num segundo.
Algumas são tão boas,
Como roubar um iogurte no meio da noite na geladeira.
Outras totalmente erradas,
Como jogar sabão em pó e ki-suco de groselha
No chafariz da Praça Tiradentes...
(Sai bolinhas de sabão coloridas, mas da um pepino, por isso ainda não o fiz...)

Mas ai de você se não a atende,
Serão noites e noites
de sono perturbado.
Esse texto inútil saiu assim,
De uma idéia que me
atormentou uma noite inteira...

Agora que ela nasceu,
Acho que vou tentar jogar
disco com ela,
Ou então jogá-la no fogo de novo,
E descer-lhe a caneta.
Vamos ver...
Essa noite dirá, se essa idéia me deixa ou não dormir...