terça-feira, março 24, 2009

Idéia...



É um diabinho que fica na mente nossa.
Atormenta, cutuca a cabeça até ela doer.
Mas na hora em que resolvemos atende-la, ela foge...

É como um cão travesso, para quem você manda um disco,
Ele volta, mas quando tentamos pegar o disco pra jogar novamente,
Ele nos nega e corre, e fica a nos olhar com aquela cara que diz:
“Bem feito, te enganei...”
Se virarmos as costas,
Ela nos persegue,
Com seu focinho gelado, e seus ganidos intermináveis...


Ela é um morcego no teto de nosso quarto.
Ou um monstro debaixo de nossa cama...
Não nos deixa dormir...

Temos que pega-la no laço.
Montar em suas costas e domá-la
Jogá-la ao fogo da forja,
Martelá-la com nossas canetas-malhos.
Resfriá-la com nosso senso crítico,
E dá-lhe mais fogo e martelo...

O resultado final pode demorar a sair,
Ou partir num segundo.
Algumas são tão boas,
Como roubar um iogurte no meio da noite na geladeira.
Outras totalmente erradas,
Como jogar sabão em pó e ki-suco de groselha
No chafariz da Praça Tiradentes...
(Sai bolinhas de sabão coloridas, mas da um pepino, por isso ainda não o fiz...)

Mas ai de você se não a atende,
Serão noites e noites
de sono perturbado.
Esse texto inútil saiu assim,
De uma idéia que me
atormentou uma noite inteira...

Agora que ela nasceu,
Acho que vou tentar jogar
disco com ela,
Ou então jogá-la no fogo de novo,
E descer-lhe a caneta.
Vamos ver...
Essa noite dirá, se essa idéia me deixa ou não dormir...