segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Perdição

Anjo, dizei-me quem és tú.
Se és Anjo de vida e salvação,
Ou se és tú um Anjo de condenação...
Por favor, dizei-me...
Se pensas que podes entrar assim em minha vida.
Bagunçar o meu destino,
Alterar meus rumos, já por Deus traçados.
Estai enganado Anjo.
Ou não estais?
Vamos, diga-me...
Tú que me olhas, com este olhar que me levas a perdição.
Sabia que por ti me apaixonaria.
E ficas a fazer tal jogo de sedução.
Me guias por caminhos desconhecidos.
Me levas a lugares jamais sonhados antes.
Mundos desconhecidos a todos...
Mas me entristeço em saber,
Que a nenhum deles jamais vamos juntos pertencer...
Ah me Anjo!
Como gostaria morar em teus pensamentos.
Ser como tú, participar de teu mundo.
Mas meu mundo é das coisas reais.
Lutamos batalhas distintas.
E tenho medos diferentes aos teus...
Gostaria que lutasse ao meu lado, Anjo.
Te mostraria o meu mundo.
E meu destino no fim seria,
Descansar para sempre em teu colo...

Bela Luna



Oh bela Luna, que em belo céu se encontra.
Deixai teus segredos eu conhecer.
Tu que és musa dos poetas.
Luz dos amantes
Depois de conhecê-la
Vida nenhuma é como antes.

Com tua bela luz prateada.
Vem a este mundo encantar.
Com tão sagrado esplendor.
Que veio em teu seio Artemis morar.

Pois que até Orfeu de lira.
A teus encantos se rendeu.
E diante de ti, oh bela Luna.
Da mais bela das canções teceu.

Pois da bela noite tu és a rainha.

Mas eis que a coleção de peixes no horizonte se assoma.
E que sobre o Cauro, a Ursa maior já descansa.
È a anunciação do amanhecer que se aproxima.

Eu, como filho do sol que sou.
De tamanha admiração me escondo.
Passo os dias a seguir teus caminhos.
E nas noites passo, admirando...

domingo, fevereiro 20, 2011

Eu sou um homem livre,
Mas que esqueceu o que é liberdade.
E por isso fico preso a minha gaiola de ilusões...
Sigo em frente, de mãos nuas, matando um leão por dia.
Todos os dias...
E mesmo que me digam que nenhum homem é uma ilha,
Eu lhes digo que sou,
Sozinha, desabitada e vazia...
Mas desculpe-me,
Minha poesia saiu para tomar um café,
E não voltou ainda.
Mas ela não me abandonou.
Fez as malas, com os olhos tristes,
Pegou a cafeteria e se foi...
Mas eu sei que ela vai voltar.
Sei por que ela não levou o pó.
Pelo menos não o pó que restou daquilo que eu era...

O que escrever...



Tudo começa com um papel e uma caneta,
Mas o que vem depois?

Procure em sua alma...

No meio de amores passados,
Desejos reprimidos,
Planos abandonados...

Conquistas infundadas,
Vitórias não valorizadas,
Lembranças esquecidas...

Sem contar o que você almoçou ontem, você se lembra?
Pois é, eu também não...

São tantas portas para se abrir,
Que nos esquecemos das que ficaram fechadas.
E estas enferrujam e jamais se abrirão de novo.

Ou mais ainda, nos fechamos,
Trancamos e jogamos fora as chaves,
Que como loucos procuraremos um dia.
Mas nunca, nunca mesmo no local onde a deixamos.

É como se um duende
malvado levasse essas chaves embora.
E nosso passado fica lá, no passado.
Esquecido, intocado, e inalcançável...
Mas, como um monstro mal,
Fica a bater e esmurrar a porta,
Só para nos fazer lembrar as vezes.
 E incutir em nós o medo de que algum dia volte...